24 de julho de 2011

Crítica: Meia-Noite em Paris - Lucas Kurz



Sinopse: Gil (Owen Wilson) sempre idolatrou os grandes escritores americanos e quis ser como eles. A vida lhe levou a trabalhar como roteirista em Hollywood, o que se por um lado fez com que fosse muito bem remunerado, por outro lhe rendeu uma boa dose de frustração. Agora ele está prestes a ir a Paris ao lado de sua noiva, Inez (Rachel McAdams), e dos pais dela, John (Kurt Fuller) e Helen (Mimi Kennedy). John irá à cidade para fechar um grande negócio e não se preocupa nem um pouco em esconder sua desaprovação pelo futuro genro. Estar em Paris faz com que Gil volte a se questionar sobre os rumos de sua vida, desencadeando o velho sonho de se tornar um escritor reconhecido.





Conforme nos encanta com a beleza da cidade de Paris, Woody Allen desmistifica a importância artística das obras que a cidade ostenta e nos apresenta à importância da arte na vida, no presente, a forma como podemos viver a arte em qualquer época.


Para poder iniciar uma discussão em torno de uma temática que diz respeito à eterna insatisfação do homem com o presente, sempre querendo viver em uma época anterior, conhecer os grandes nomes da arte entre outras coisas, Woody Allen usa um recurso muito interessante e extremamente eficaz; nos insere em uma história realista fantasiosa, usa da fantasia para explicar realidades.




Além de abordar essa insatisfação padrão do homem (tema de tantos filmes que falam de viagem no tempo, mas nunca abordado com essa ótica desmistificadora, de forma a expor as estruturas literárias cruamente) o filme também fala da arte que deve ser vivida, não assistida. Viver de nostalgia de um tempo em que não se viveu não leva ninguém à experiência alguma, a verdadeira arte, para Allen, é aquela que se vive e que se faz com as próprias mãos.


Meia-Noite em Paris é um filme genial justamente por ser quase metalinguístico, de falar de arte de forma natural e de ser tão transparente, um canal para Woody Allen compartilhar suas opiniões através do personagem Gil, fala diretamente sobre uma característica humana tão óbvia e tão pouco explorada ao mesmo tempo, e ainda há espaço para romance e comédia; é assim que um filme deve ser, deve apresentar conteúdo, ideias, não apenas um divertimento, mas um ensinamento, algo que acrescente conhecimento ao seu público, e sua linguagem é tão cheia de referências literárias, as piadas são realmente boas e o filme não deixa a desejar nesse quesito.




Quando Meia-Noite em Paris está terminando, pode-se dizer que a missão foi cumprida, a mensagem passada, e apesar de um final um tanto inesperado e repentino, pode-se dizer que isso é uma qualidade, dependendo do ponto de vista.


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