28 de março de 2011

Crítica: Sucker Punch - Mundo Surreal - Lucas Kurz


Sinopse: Babydoll (Emily Browning) foi internada em um sanatório pelo padrasto inescrupuloso, que encomenda uma cirurgia para destruir o cérebro dela. Mas a jovem descobre que seu refúgio pode estar dentro de sua mente e só assim ela poderá se libertar para sempre. Agora, vivendo esse mundo paralelo, ela enfrentar dragões, samurais, robôs e nazistas sobrenaturais, que a farão viver uma perigosa e fantástica aventura na companhia das colegas de internação Blondie (Vanessa Hudgens), Rocket (Jena Malone), Amber (Jamie Chung) e Sweetpea (Abbie Cornish). Seria essa então a sua única chance de libertação?


Dirigido por Zack Snyder (Madrugada dos Mortos, 300, Watchman), Sucker Punch – Mundo Surreal é o primeiro longa-metragem criado a partir do conceito próprio (sem ser uma história já existente, com estilística já elaborada e desenvolvida) de Snyder, e ele se mostrou um ótimo roteirista e apresentou suas referências de modo claro, e seu estilo já visto anteriormente.

O filme lembra Scott Pilgrim vs. the World, um estilo parecido com um jogo, uma estrutura quase que de videogames, com várias missões/fase e com direito a “chefes de fase”, etc.


O trauma vivido pela protagonista a deixa sem motivação, sua perda é grande demais e a solução encontrada por ela é fugir para um mundo imaginário, que, aliás, apresenta elementos relativamente apelativos ao imaginário masculino, com atrizes deslumbrantes em roupas decotadas em missões cheias de lutas e armas de fogo, assim como gêneros dos cenários imaginados por Baby Doll; a guerra, os samurais estilo mangá, o cenário medieval, o futurístico e outros itens enraizados na cultura pop.

 Imaginação; a forma de fugir da realidade encontrada por Baby Doll, traumatizada pelo acontecido e sem forças para viver no mundo real.

As cenas de luta são estilizadas, extremamente empolgantes para quem curte o gênero.

Larry Fong, responsável pelos efeitos especiais e direção de fotografia, trabalha com Snyder há bastante tempo, e faz um bom trabalho neste filme.


Assim como as cenas de luta bem construídas e os efeitos especiais sublimes, a trilha sonora é arrebatadora, e esse conjunto torna a obra mais empolgante ainda para o espectador.

Em uma história onde a imaginação é usada como forma de fugir do real, a dança (na realidade do cabaré do qual Baby Doll almeja fugir) desempenha um papel de aumento de potencial criativo e eventual mudança mais profunda e surreal da realidade, e a música que acompanha a dança embala a intensidade da batalha, destacando a importância da trilha e a responsabilidade por ela requerida.

A trilha é composta por muitas músicas já conhecidas, modificadas.

Muitas das cenas apresentam um cenário completamente gráfico, efeitos especiais impecáveis deixam o surreal incrivelmente acreditável, e fazem do filme algo visualmente arrojado, único, naturalíssimo.

Muitos elementos do mundo real são levados para o mundo imaginário de Baby Doll, é uma coisa que poucos perceberão, pois tais objetos, apesar de serem os mesmos, são reinterpretados, o que é comum em sonhos.


 Ao trazer a personagem principal para a realidade, porém, Snyder erra, perdendo a linha a qual o filme seguia, mudando de foco (a fuga da Baby Doll) e saindo do que supostamente deveria ser um filme fantástico e surrealista, procurando justificar os acontecimentos e caindo no óbvio, além de eliminar boa parte dos personagens em um único ato.

Sucker Punch é provocativo, arrasador, é uma aventura empolgante, e acaba sendo um pouco complexo, com uma história “sonho dentro do sonho”, tornando-o mais brilhante e adorado.

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