18 de abril de 2011

Crítica: Pânico 4 – Lucas Kurz



Sinopse: Sidney Prescott (Neve Campbell) está de volta a sua cidade natal, Woodsboro, onde sobreviveu a uma série de terríveis assassinatos. Uma vez lá, ela reencontra o xerife Dewey (David Arquette) e a jornalista Gale (Courteney Cox), agora casados, e também a prima Jill (Emma Roberts). Mas enquanto a cidade comemorava o aniversário dos crimes, novos assassinatos começam a acontecer e o retorno de Ghostface, o assassino da máscara, parece ser uma nova realidade para a cidade que novamente entra em pânico.


Fazer um filme de serial killers foi por muito tempo algo muito rentável, com boas bilheterias e expectadores impressionados. Com o passar do tempo, os filmes de serial killers foram ficando “ultrapassados”, e as tramas foram ficando muito parecidas, e os filmes já não impressionavam e não traziam nada inovador. A franquia de Pânico sempre se manteve como referência para muitos outros filmes do gênero, sempre inovando, usando sua linguagem visual característica para criticar a sociedade de forma sutil, e mostrar como funciona a mente de um serial killer, com um desenrolar natural da história, e com elementos que fazem todo o sentido no fim do filme.

Por mais que o espectador não compreenda algum elemento do filme no seu desenvolvimento, todos saem com as respostas no fim, com as conhecidas explicações de trama narradas, característica sempre presente nas obras de Wes Craven.


Assim como os acertos de Wes Craven foram herdados de seus outros trabalhos, assim também aconteceu com determinados erros, como a incapacidade do Ghostface de, às vezes, acertar sua vítima em outra parte senão no ombro, e o policial sempre desnorteado, que some da trama, procurando pistas em lugares no mínimo improváveis.

Apesar de propor reinvenção e novas regras de conduta no roteiro, o Pânico 4 pouco fez uso de elementos ditos “atuais”, e apesar de ser um bom filme não cumpriu completamente sua proposta de conduta (sim, ele cumpriu de certa forma, mas não tudo que foi proposto). Apela para alguns elementos como iPhones e vlogs em tempo real, coisas óbvias demais, superficiais para caracterizar a sociedade e suas mudanças, seus novos costumes. A reinvenção que realmente aconteceu foi manter o que a trilogia original tinha de melhor (manteve o elenco fiel também, continua com o elenco original) e acrescentar cenas elaboradas, mudanças na estrutura do filme; foi mais uma reinvenção técnica da franquia.


O filme começa de forma interessante, com umas representações de filmes do gênero, e ao longo do filme vemos elementos cômicos igualmente interessantes, uma linguagem diferente de comédia, cheia de referências. E por falar em referências, a obra também está abarrotada de referências dos trabalhos do próprio Wes Craven, e isso é uma coisa que eu particularmente nunca vi sendo explorado antes, desta forma. Ele também expõe elementos cinematográficos, de uma forma metalinguística, aborda o cinema e as estruturas básicas dos filmes, fala de clichês em aberto, fala sobre roteiros e sobre as tendências do Cinema atual, e fala do próprio filme nessa linguagem técnica.

Pânico 4 é um filme excelente, não digo que seja o melhor da franquia, mas apresenta um dos melhores finais, senão o melhor final, é envolvente e certamente irá surpreender você.


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