28 de fevereiro de 2011

Crítica: O Ritual - Lucas Kurz


O Ritual (The Rite, 2011)
Diretor: Mikael Håfström

Sinopse:
Michael Kovak (Colin O’Donoghue) é um seminarista cético e decidido a abandonar seu caminho na igreja, mas seu superior o orienta a passar um período no Vaticano para estudar rituais de exorcismo. Uma vez lá, suas dúvidas e questionamentos só aumentam na medida em que seu contato com o Padre Lucas (Anthony Hopkins), um famoso jesuíta exorcista, o apresenta o lado mais obscuro da igreja. É quando ele conhece a jornalista Angeline (Alice Braga), que investiga as atividades do religioso, e as suas reflexões sobre a crença no diabo e em Deus nâo param de crescer.


Baseado no livro The Rite, O Ritual traz questionamentos religiosos; os conhecidos debates de Ciência contra Religião ainda são instigantes, entretanto são tantos filmes desse gênero que o público já não acha mais o assunto tão interessante, temos visto muitos filmes e livros do tipo nos últimos tempos, e a temática já não consegue mais prender o espectador se não tiver uma trama cativante, um clímax tenso e um fim no mínimo original e impactante. O filme tenta convencer os céticos, com argumentos e 'fatos' registrados (com frases como "Não acreditar não quer dizer que está protegido") que o Demônio existe, e consequentemente Deus.


O filme está recheado de típicos diálogos discussivos, pontos de vista que se diferem e frases de efeito que se não convencem tornam o cético ainda mais cético; o roteiro é fraco em trama, mas fica claro que os diálogos são bem pensados, fruto de pesquisa aprofundada no histórico de debates Ciência x Religião que se dão há muito tempo (historicamente iniciada até antes de Galileu Galilei) e que provavelmente não acabaram tão cedo.

O desempenho da atriz Alice Braga (Angelina) nesse filme é razoável, perfeccionista, não chama muita atenção, mas fica óbvio que ela se esforça para manter a história "acreditável", e é notório que os personagens secundários em sumo são bons atores, com um bom currículo e premiados; chega a ser desperdício de talento às vezes.


Sobre a atuação de Anthony Hopkins, que interpreta o Padre Lucas, foi excelente apesar de não ter sido tão magnífica quanto poderia ser, ele afirmou que foi sua melhor atuação desde Silêncio dos Inocentes (onde ganhou o Oscar de Melhor Ator Principal), o que não é bem verdade.



O filme foi gravado em bonitas paisagens de Roma e Budapeste, caracterizando as locações como ótimas, ideias para a mensagem a ser transmitida, e por ser baseado em fatos reais o filme leva muitos espectadores a ficarem com medo e até a se tornarem adeptos desse tipo de crença, apresenta o Demônio como um oponente intelectual, que usa pessoas para se mostrar presente e convencer da sua existência e de seu poder, e não passa disso, não exigindo da produção efeitos visuais caros e que com certeza deixariam o filme menos verídico.


Este é um filme que descaradamente procura provar a existência de possessões, e parece até um marketing da Igreja Católica, cabe ao espectador julgar no que deve ser acreditado. É preciso analisar o filme hibridamente, sem tender para nenhum lado dos debatentes, e chegar a sua própria conclusão.

Infelizmente para O Ritual, estamos em uma temporada de filmes excelentes, verdadeiras obras-primas sendo produzidas a cada semana, e em meio a tanta originalidade este filme não é o destaque que poderia ser há um tempo atrás, apesar da boa bilheteria.

1 comentários:

Sinceramente fiquei surpreso, é uma história muito boa. Estou no final com medo, mas eu gosto de terror ou suspense histórias e filmes exorcismos. Recentemente, vi The Vatican Tapes não geralmente pensam que é liberado em queda livre bater a cada clichês imagináveis em uma história de horror. De tudo isso, o mais interessante é uma cena em que ela cospe três ovos que representam a Santíssima Trindade. Poderíamos dizer que há material para contar uma história interessante, mas certamente com intenções não é suficiente. "Exorcistas No Vaticano" poderia ter tido melhor destino se o tom geral do filme era crua e cheia de deboche.

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